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Eu, ansiosa e traumatizada.

 De tempos em tempos ela vem, me atormenta, me entristece, me desorganiza. Chega com uma força tão grande que me descabela, me faz desaguar e me enfraquece.   "Mas tu és tão forte!" Que força? O que é isso?  Minha fraqueza me faz todos os dias ser essa mulher real.  É choro, riso, corre, estresse, frustração, alegria, prazer, gozo, amor, saudade, raiva e todas as outras emoções inerentes ao ser humano. Mas quando ela chega....tudo que eu sou se resume à uma coisa: paralisia.  Me vejo paralisada, em prantos, pequena, ínfima e...de verdade.  A ansiedade faz parte da rotina de tanta gente e esse tanto de gente continua com suas obrigações diárias, cumprindo seus compromissos da maneira que podem, criando filhos, cuidando das plantas, amando os companheiros (as), pagando seus boletos, pegando o transporte lotado e acumulando riqueza aos donos dos meios de produção. Enfim, a Terra continua seus movimentos rotacionais e nada para pra que a ansiedade vá embora e possamos respirar pa
 De vez em quando penso, cá com meus botões, nos devaneios do meu dia estressante:  "o que seria do mundo sem o trabalho invisível de mulheres?" Nós que seguramos e mantemos a estrutura da sociedade. Imagina uma greve geral internacional de mulheres?!  Mas é claro...porque a estrutura patriarcal nos colocou num lugar que nos espreme, nos sufoca, nos mata. E não mata no sentido figurado, como dizia nosso amigo Chaves do 8. Nos mata mesmo!  O lugar do cuidado é da mulher. Até as profissões relacionadas à cuidado são majoritariamente ocupadas por mulheres. Isso mantém a ideia de que nascemos com extinto maternal - o do cuidado. Mas a leitura é a seguinte:  - trabalho doméstico não remunerado;  - maternar e incluir nesse cuidado materno, por vezes, o marido, o irmão, o pai; - ter duplas e triplas jornadas de trabalho;  - não ter direito de reclamar das bençãos de Deus.   Não há políticas públicas eficazes de atenção à mulher em seu sentido mais amplo: cuidados profissionais psico

Desesperança de dias que não chegam.

 Um dia de sol, na beira do mar... o barulho das ondas e do vento...muita calma e muita luz. Uma noite de lua cheia, vento geladinho no rosto, risos e muita leveza. Um domingo na praça, cervejinha gelada, boa companhia e mais nada. Uma quarta-feira no cinema, pipoca e chocolate, um filme sobre questões políticas e raciais. Uma tarde em casa, netflix, uma série e brigadeiro de colher com pipoca. Um sábado de manhã na floricultura, muitas flores, muito verde e um jardim pra cuidar. Desejos de uma vida leve e feliz.  Sonhos aleatórios...com tanta distância. Nesse momento, só a tristeza me faz companhia.  Olhos inchados, cabeça pesada, corpo cansado...hoje ainda é quinta. Mas não faz diferença, porque todos os dias são iguais. 

Eu, Mãe.

Sobre necessidades. Estive refletindo sobre que versão minha a minha filha conhece. Então veio a aflição de perceber que muito provavelmente, ela não me conhece.  Estou exausta. Muita seriedade e muitas obrigações não partilhadas. Para criar uma criança, é necessário que toda uma comunidade contribua (dito indígena). Parece óbvio, mas ainda atribuímos a responsabilidade do cuidado e educação aos pais e estes, por fim, à mãe.  Uma mãe sozinha cria e educa uma criança diante das possibilidades que lhe cabem no momento, e as minhas...confesso que não são assim, tão diversas.  Arrumar, limpar, organizar e alimentar fazem parte do cuidado com os filhos e com a casa...em que momento me dedico a ser eu mesma diante da minha filha? Será que ela já olhou pra mim alguma vez e pensou "Hum, minha mãe é a maior gata e sexy" ou então "nossa, minha mãe adora beijar na boca". Creio veementemente que não.  E olha que nem expus aqui o mais eu adoro fazer...haha! Partindo deste ponto,

À saber

 Blog pessoal de ideias aleatórias sem sentido e com sentimentos reais.  Sem a menor pretensão de convencimento, acontecimento e realidade. Diário de emoções sentidas e ressentimentos reavivados...ou apenas desejos sombrios de planos infalíveis que faliram com o passar dos dias.  Retrato do total insucesso da tentativa de escrever livro de contos e poemas. Linhas escritas por alguém equilibrado demais pra gritar no meio da rua todos as incertezas certas de um amanhã pior.  Página de diversidade e diversão sobre fracassos diários e pequenas vitórias ilusórias da rotina da pessoa exausta.  Eu, Samanta. Fim de inverno Amazônico. 

Retorno. Ou não.

N ão sei por onde começar e talvez, por isso, as ideias fiquem confusas e ninguém além de mim mesma consiga entender o que escrevo...porém, nesse momento, não me importo muito...porque preciso colocar pra fora do peito o que me sufoca. Há mais de um ano sinto como se minha única utilidade neste plano seja trabalhar...produzir e contribuir financeiramente com as despesas de casa. A importância de uma pessoa está mesmo relacionada somente a isto? Quero dizer...sem dinheiro ou poder aquisitivo não significamos nada? Não somos ninguém? Não há quem me cobre além de mim...e isso é profundamente conflitante, já que eu mesma acredito que somos seres para além da questão capitalista...já estou em confusão mental, talvez? Essa situação juntou-se à outra: meu coração partido. Pode parecer coisa pouca, ou sem relevância...mas um coração partido dói pra cacete, tá?! Se você já teve um, entende sobre o que falo. E não me refiro às decepções de adolescência, onde a cada semestre a gente encontra um n