Eu, ansiosa e traumatizada.

 De tempos em tempos ela vem, me atormenta, me entristece, me desorganiza. Chega com uma força tão grande que me descabela, me faz desaguar e me enfraquece. 

 "Mas tu és tão forte!" Que força? O que é isso? 

Minha fraqueza me faz todos os dias ser essa mulher real. 

É choro, riso, corre, estresse, frustração, alegria, prazer, gozo, amor, saudade, raiva e todas as outras emoções inerentes ao ser humano. Mas quando ela chega....tudo que eu sou se resume à uma coisa: paralisia. 

Me vejo paralisada, em prantos, pequena, ínfima e...de verdade. 

A ansiedade faz parte da rotina de tanta gente e esse tanto de gente continua com suas obrigações diárias, cumprindo seus compromissos da maneira que podem, criando filhos, cuidando das plantas, amando os companheiros (as), pagando seus boletos, pegando o transporte lotado e acumulando riqueza aos donos dos meios de produção. Enfim, a Terra continua seus movimentos rotacionais e nada para pra que a ansiedade vá embora e possamos respirar pausadamente. Talvez essa seja a maior dificuldade em viver com ela...nada para, mas ela para tudo em nós. 

Não lembro quando começou, quando ela chegou, nem como identificamos. Só sei que as últimas vezes foram bem difíceis. Sigamos. 


Sobre traumas: quem não, né?! 

É muito confuso se relacionar depois de sequências de mentiras, traições, mágoas e decepções. A terapia me ajuda a me curar, mas óbvio, é um processo contínuo e preciso estar revisando tudo em mim o tempo todo. 

Quem sabe minha maior dificuldade seja acreditar que sim, existem pessoas que estão dispostas a despir minha alma e ainda assim continuar ao meu lado, porque sou uma mulher incrível. 

Sou uma mulher incrível? De certo. Apesar de meu diabinho tentar me fazer crer o contrário. 

Acreditar nas pessoas "erradas" custa tão caro que a conta chega todo dia. Mas ajuda lembrar e saber que não eram sentimentos recíprocos, verdadeiros e legítimos como os que dediquei e que a culpa de muito não foi só minha. 

Em momentos de reflexão, constato que sim, mereço ser feliz, viver uma relação leve e honesta, que me faça bem e que tenha paz, amor e muito respeito. 

E sei que chegou...ele chegou e não quero deixar ir por não ter me curado de coisas horríveis dentro de mim...porque não é justo com nós dois. Sou sabedora que essa cura é necessária, devagar e que não precisa ser feita de forma solitária. Ainda bem. 


Até aqui tenho acreditado que tudo é merecimento. Tudo. 

E sigo. 



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